A árvore que cresce.Por pura força.Força própria.Tem na sua forma a sua loucura.Tem nos seus gestos a sua dança.Que com o sol transforma em esperança.Verde esperança da sua vida.Que dá frutos para presentear a terra.sua mãe.Que lhe dá o seio.Para que se alimente de força.
Há alguns anos um artista mui famoso expôs sua obra de arte atrás do IFCS, instituto de filosofia e ciências sociais situado no centro da cidade do rio de janeiro. o seu intuito era promover a maior das vanguardistas ações que o nosso mundo da arte pós-modernista contemporânea pode proporcionar: a apresentação da arte conceituada na rua. é verdade que essa é uma ideia antiga, mas as pessoas não lembram mais. os acadêmicos e todos tipos de artistas, desde músicos a atores e poetas, como foi a muitos anos atrás nos idos dos setenta, querem mostrar sua criatividade para outros olhos que não os mesmo de sempre das galerias. e guardadas suas imensas diferenças e proporções os trabalhos desses diferentes artistas tem algo em comum muito importante: abrir as portas e janelas das cabeças empoeiradas e com cheiro de naftalina. pra mim são idéias louváveis. A única diferença é que umas vão mais longe que outras. não tenho nada contra os pensamentos estranhos de alguns pós-modernistas, mas até que achei legal aqueles dois fuscas como um ying yang gigante. dois fuscais e apenas quatro rodas. conseguem imaginar? o azar desse artista em específico foi que nesse meio tempo a rádio pulga, nosso querida radio pulga, que naquela época ainda estava infernizando a vida do bonzinho e quadrado diretor Franklin trein( ou Franklin'strain, como alguns chamavam) com festas e eventos e a toda semana tinha um marcado (será que eu exagerei?). é óbvio que todos nós adorávamos as festas, mas não o dr. Franklin, muito menos o Valdir. não, talvez o Valdir gostasse. o certo é que por algum motivo naquele dia não nos deixaram usar o pátio interno da faculdade ou porque já estava sendo ocupado ou por outro motivo. tiveram que levar toda a galera pra praça de trás que ficava em frente ao imponente gabinete português de leitura. E lá do lado de fora, naquela praça exatamente é que estava o bendito artefato. "Os fuscas". os convidados pela galera da rádio naquela ocasião eram os grafiteiros. Eles começaram armando telas na parede onde ficava a porta dos fundos do instituto, tiraram de suas mochilas pelo menos uma centena de jets de cores que nem um arco-íris sonharia que existiam e começaram a pintar. o evento transcorreu muito bem sem problemas. porém tudo começou a degringolar quando a cerveja ficou gelada. não demorou para alguns indivíduos conseguirem adentrar na obra de arte que ali estava antes de nós chegarmos. e com um mínimo descuido da direção que no mínimo estava em uma rodinha conversando, algum exímio artista começou a casualmente redecorar a obra ali colocada em local público. começou pintando um para-choque de roxo e outro de verde. alguns amigos o viram. o olharam com repreensão e foram ajudá-lo. é um momento sublime quando a arte pode ser atingida pelo público dessa forma. a obra de arte inserida no meio urbano naquele instante foi atingida pela fúria popular e sofreu uma metamorfose. depois disso houve uma confusão. a cena que se via era a de pessoas rindo e chorando ao redor de uma obra grosseiramente repaginada. mas depois que tudo isso passou, dos dias seguintes um pensamento ficou no ar. e como fumaça densa que não se dispersa com facilidade, causou um desconforto em alguns. esse pensamento havia permeado a todos naquela tarde visionária. aquele ato foi uma resposta. o que são dois latões de tinta, um para o carro branco e outro para o preto, pra um artista que coloca dois fuscas um em cima do outro em uma praça pública. esse ato foi pra ele uma resposta, não só pra ele como todos nós que presenciamos a fúria artística pura. aquela anarquia criativa de alguns foi reprimida pelas autoridades, é claro. mas não sem uns risinhos depois. pra mim foi o mais puro instinto artístico transgressor que todo e qualquer ser humano tem e vai ter, mas que o próprio artista conceituado todo cheio de si, condenou. ele não deve ter entendido a piada.
Art x Art
Some years ago a very famous artist exhibited his artwork behind the IFCS, institute of philosophy and social sciences in the center of the city of Rio de Janeiro. its purpose was to promote the greatest avant-garde actions that our world of contemporary postmodernist art can provide: a presentation of the prestigious Art in the street. is true that this is an old idea, but people do not remember anymore. academics and all kinds of artists, from musicians to actors and poets, as was many years ago in the late seventies, they want to show your creativity for other eyes than ever the same galleries. and kept their vast differences and proportions of these different artists work has something very important in common: open doors and windows of the heads and dusty smell of mothballs. are laudable ideas to me. The only difference is that some go farther than others. I have nothing against thoughts of some strange post-modernists, but until I liked those two beetles as a giant ying yang. beetles and only two wheels. can you imagine? bad luck this artist in particular was that in the meantime the radio flea, our beloved radio flea, which at that time was still pestering the life of a dear and Square director Franklin Trein (Franklin'strain or, as some called it) and with parties and events had a marked every week (did I exaggerate?). Obviously we all loved the holidays, but not the dr. Franklin, much less the Valdir. not, perhaps like Valdir. the fact is that for some reason that day did not let us use the courtyard of the college or because it was already being occupied or otherwise. had to take the whole gang back to square that stood in front of the imposing Portuguese Reading. And there's the outside that square is exactly what was the blessed artifact. "The Beetles". invited by the guys on the radio at that time were the graffiti artists. They started setting screens on the wall where it was the back door of the institute, took their backpacks at least one hundred jets of colors like a rainbow dream that existed and began to paint. the event went very well without problems. But everything began to unravel when the beer was cold. did not take long for some individuals manage to enter the work of art that was there before we arrive. with minimal oversight and direction of at least one wheel was talking, some eminent artist began to redecorate the work there casually placed in a public place. began painting a bumper and another purple green. Some friends saw him. looked at him with reproach and were helping him. is a sublime moment when the art can be achieved by the public in this way. the artwork included in the urban environment then was hit by the popular fury, and has undergone a metamorphosis. after that there was a confusion. the scene that saw was people laughing and crying around a crudely refashioned work. but after all this started, following a day of thought was in the air. and not as dense smoke disperses easily, has caused discomfort in some. that thought had permeated all that afternoon visionary. that act was a response. what are two cans of paint to a white car and one for black, for an artist who puts two beetles on top of another in a public square. this act was for him an answer, not just for him as we all are witnessing the fury of pure artistic. some creative anarchy that has been repressed by the authorities, of course. but not without a few giggles later. for me it was the purest artistic instinct that every offender and every human being has and will have, but that the very renowned artist smug condemned. he must not have understood the joke.
